Para quem está em Paris uma das possibilidades de bate e volta é o Monte Saint-Michel, em francês Mont Saint-Michel, sendo uma península que se transforma em ilha nas horas de maré alta, ficando inacessível por terra firme.
O Monte Saint-Michel está localizada na foz do Rio Couesnon, e do canal da Mancha na região da Normandia.
A história
Tudo começou em 708, quando Aubert, bispo de Avranches, inspirado por uma visão de São Miguel Arcanjo (Saint-Michel), construiu no monte um santuário.
Em 966, Richard I duque da Normandia, da o monte aos monges beneditinos, que se instalaram na abadia e uma pequena vila foi-se formando aos seus pés.
Este grande centro espiritual e intelectual foi com Roma e Santiago de Compostela uma das mais importantes peregrinações do Ocidente medieval.
Durante quase mil anos de homens, mulheres e crianças chegaram, por estradas chamadas “caminho para o Paraíso”, para buscar a garantia da eternidade no Arcanjo do Julgamento, pesador de almas.
Nos séculos XIV e XV, a Guerra dos Cem Anos tornou necessário proteger a abadia com um conjunto de construções militares que lhe permitiram resistir a um cerco de mais de trinta anos, e constituindo-se, assim, em símbolo da identidade nacional francesa.
Após a dissolução das ordens religiosas ditadas pela Revolução Francesa de 1789 até 1863 o Monte foi utilizado como prisão.
Declarado monumento histórico em 1987, e desde 1979 na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.
Como chegar
O Monte Saint-Michel fica a 364 km do centro de Paris. Podendo chegar nesse lugar encantado de várias formas, como; ônibus, carro ou de trem + ônibus, sendo que o Trem sai da estação Montparnasse e vai até Rennes, e lá pega um ônibus até o estacionamento do local, de onde um shuttle te leva à entrada do Monte Saint-Michel.
Nos preferimos alugar um carro, vez que assim poderíamos fazer nosso horário, a nossa viagem durou 3h40 minutos, e pagamos na ida o valor de € 15,40 de pedágio.
É importante reservar um tempo (cerca de 45 minutos) para ir do estacionamento em Lá Caserne ao Monte quando a pé. Quem tiver algum problema de mobilidade tem estacionamentos que ficam mais próximos do transporte que leva os visitantes até ao Monte e funciona das 7:30 à meia-noite todos os dias, gastando em média do estacionamento até o monte 15 minutos.
Quando visualizei nosso destino fiquei encantando, é entendi o porquê esse é o terceiro monumento mais visitado da França, ficando atrás apenas da Torre Eiffel e Castelo de Versalhes, recebendo quase 2,5 milhões de visitantes a cada ano.
Para acessar o Monte passei por uma ponte construída em 2014, essa que substituiu um o antigo passadiço.
Na entrada desta cidade medieval, abriga um Posto de Turismo, tendo também banheiros. Passando pela porta do Boulevard, com uma ponte levadiça, você encontra a Grande Rue com seus museus, lojas, pousadas e restaurantes e casas dos séculos XV e XVI, sendo essa a principal via pública do vilarejo.
Continuando a caminhada encontramos a Igreja Paroquial dedicada a São Pedro (a Saint-Pierre padroeiro dos pescadores), sendo um pequeno edifício dos séculos XV e XVI.
Após a visita a Saint-Pierre, continuamos nosso passeio para o Tour du Nord (Torre do Norte) sendo que esta Torre oferece ótimas vista, perto dali cheguei na entrada da Abadia Monte Saint-Michel que fica aberta todos os dias, exceto 1º de janeiro , 1º de maio e 25 de dezembro, sendo que o horário de funcionamento é de 2 de maio a 31 de agosto: das 9h às 19h, última entrada às 18h e de 1 de setembro a 30 de abril: das 9:30 às 18:00, última entrada às 17:00.
Animais não são permitidos na abadia, mas eles são aceitos na vila.
Os três níveis da abadia refletem a ordem monástica, sendo que os monges viviam isolados na igreja e no claustro, os convidados nobres no nível do meio e os humildes peregrinos eram recebidos no porão.
O ponto mais alto da ilha é a torre no topo da torre do sino da abadia, 170 metros acima do nível do mar, São Miguel alado parece pronta para se elevar aos céus.
Na abadia passeamos também pelos dormitórios as salas de La Merveille, o Salão dos Cavaleiros, com elegantes abóbodas ogivais e o claustro, que é um dos exemplos mais absolutos da arquitetura do século 13.
Entender as marés e os macaréus
Todos os dias, o nível do mar varia de acordo com o fenômeno das marés, sendo que vai estar mais ou menos forte dependendo da posição da Lua e do Sol em relação à Terra. Durante a lua cheia, o Sol e a Lua estão alinhados com a Terra, sendo o momento das grandes marés, e pode ver aqui as maiores marés da Europa.
O Fenômeno natural e mágico, o macaréu é uma onda montante penetra a contracorrente na foz do rio e origina bruscamente uma sobrelevação da água.
Quando a maré abaixa, toda a área entorno da Abadia vira lama, podendo caminhar em torno do Monte, mas é atenção, pois caso se afaste do Monte temos muitos pontos de areia movediça que traz risco iminente as pessoas que por ventura ali queiram caminhar sem um guia experiente.
Nessa área nasce uma vegetação chamada marismas que são uma iguaria para os carneiros que ali pastam livremente.
Por tudo isso, tire um tempo para apreciar a baia e assistir a maré, é impressionante.
Após o passeio retornamos para Paris, vez que nesta viagem não tínhamos muitos dias sobrando, todavia, como fiquei impressionado com a magia do lugar, retornei com mais tempo e dormimos na cidade de St-Malo, sendo que reservamos o hotel pelo Booking.
Dicas
Antes de reservar verifique a no site oficial a tabua dos mares, sendo que neste tem documento em PDF constando o horário da maré cheia ou baixa, o que facilita na programação. https://www.ot-montsaintmichel.com/fr/brochures-montsaintmichel.htm
No site oficial da cidade temos um mapa da vila em PDF que ajuda na localização; https://www.ot-montsaintmichel.com/FCKeditor/UserFiles/Nouveaux-plans-du-Mont/PRT_WEB_Mont-Saint-Michel-depliant-2019.pdf